sábado, 18 de dezembro de 2010

Hã????Não entendi...

Que me perdoem aqueles que votaram num certo "palhaço" para tornarem-no deputado, mas eu realmente acredito que eles confundiram política com picadeiro.
Quando me deparo com uma comunidade infame intitulada " Antes um palhaço, que um ladrão", fico mais indignada ainda, porque eu vejo que não é só em um estado que existem pessoas vazias e sem informação, mas em todo o país. Opsss, eu quase ia esquecendo que estamos no BRASIL!
Imaginem só quais são os primeiros projetos desse ilustre deputado...Comprar um apartamento, claro, mas só se for uma cobertura duplex (algo diferente disso é coisa de "pobre"!). E o que ele falaria, em seu  primeiro discurso, ao chegar num púlpito? Nossa, ele precisa primeiro saber o que é um púlpito. Ahh,mas ele diz ter um projeto que beneficiará a cultura: vai tentar ajudar( como???) os ciganos, os artistas circenses, porque ele também já foi do circo. E quanto à educação? Chegamos ao ponto crucial, pois ele diz que já conheceu muito bem esse problema, e vai criar escolas pra galera toda estudar. ¬¬
Sério, me pergunto se estou vivendo mesmo nesse mundo. É tão fácil assim ser político? Fácil deve ser, mas, bem melhor que isso, é absolutamente rentável. $$$$$$$$$
Tento acreditar na idoneidade dessas pessoas, mas é só decepção.
O que dizer de um "cidadão" que, sendo reconhecidamente um surrupiador de dinheiro público, conseguiu manter-se ileso em relação às sanções da lei de Ficha Limpa?
A podridão é mais embaixo e tem raízes profundas, pois até um ministro foi capaz de dar um parecer diferente do que ele, anteriormente, já havia dado. E pode mudar tão rápido assim de opinião?
Agora lembrei da primeira atividade que nosso professor nos passou, questionando sobre o porquê de estudar Direito. Hoje essa resposta, para mim, está bem clara. Estudo para, no futuro, tentar impedir que loucuras como essas aconteçam. Não tenho a mínima intenção de ser a salvadora da pátria ou de mudar o mundo, até porque, sozinha, eu jamais conseguiria. Só acho que cada um deve fazer sua parte e levar o conhecimento para todos aqueles que dele necessitam.

Fechando mais um ciclo

Depois de muito tempo sem andar por aqui, decido voltar. Ultimamente tenho pensado em muitas coisas e por que não expô-las ao mundo?
Passo por uma nova fase da minha vida.Na verdade, tento reconstruí-la e transformá-la em algo melhor. Será isso um dos sintomas de que o Natal e o Ano Novo estão chegando? Pensando bem, essas datas ajudaram, mas não foram fundamentais. Fundamental mesmo foi o meu desejo de mudança e a minha constante inquietação diante daquilo que me não me agradava.
É engraçado como nós temos essa estranha mania de, a cada fim de ano, repetirmos sempre os mesmos desejos: "que esse ano seja melhor!", "que eu seja mais feliz!", "que eu estude mais", "que eu tenha mais dinheiro!"... Bom seria mesmo se tudo que desejamos realmente se realizasse, na medida em que anseávamos. E por que nem sempre dá tudo certo? Porque nem sempre nos esforçamos o suficiente para atingirmos nossos objetivos ou porque nem sempre o que pedimos é o que realmente necessitamos.
Não sei se terei oportunidades de falar com todos, mas de antemão já desejo a todos as melhores vibrações possíveis para este fim de ano.
P.S.: Bebam por mim e caiam na esbórnia! rsrsrsrs

sábado, 2 de outubro de 2010

Sou chique e dou vexames!

Estava hoje me lembrando de alguns dos livros que marcaram minha vida e, como uma pessoa que implora por atenção, me saltou na mente um livrinho bastante sui generis, assim caracterizado por eu não ter conseguido encontrar outra palavra que o definisse corretamente ou, pelo menos, que desse a impressão mais próxima.
O tal livrinho intitula-se "Ame e dê vexame", do Roberto Freire, e trata, em sua primeira parte, de explicações acerca do termo 'amor anarquista', bem como do repúdio às imposições do sistema capitalista burguês ao homem, principalmente ao que concerne às formas de amar.
O amor anarquista seria um amor sem regras. Seu objetivo, nas próprias palavras do autor,  seria "alcançar essa leveza, essa clareza, essa pureza e essa sabedoria infantis no amor", que teriam sido usurpadas pelo sistema burguês. O amor burguês não é lúdico, não permite brincar com os próprios desejos, sentimentos
e emoções e faz com estes sejam utilizados como instrumentos dos mecanismos de poder autoritário na reprodução e na perpetuação da relação dominador/dominado.
O autor mostra-se contra as relações monogâmicas( autenticamente burguesas), pois estas seriam uma  espécie de prisão para ambas as pessoas, que, mesmo depois de deixarem de amar o parceiro, teriam de continuar fiéis e numa relação tão massante. O ciúme e a fidelidade seriam, assim, instrumentos de controle por parte do mundo burguês.
Dessa forma, qual seria a relação ideal? A relação ideal seria aquela que permitisse a livre concorrência, ou seja, eu estou contigo e você está comigo, mas ambos somos livres para estarmos com outras pessoas que nos atraiam e que nos provoquem amor. Se no final dessas outras relações você voltar para mim, tudo bem, nós realmente nos amamos e seguiremos juntos. Mas, se você quiser prosseguir com a outra pessoa, devo aceitar, porque sou anarquista, perdi a disputa e, mesmo amando você, devo te deixar livre. A mim,  só me resta procurar outra pessoa que ame também como eu , e esse eterno buscar é definido como "fascinante, assustador, maravilhoso, doloroso, prazeroso, novo, imprevisível, incontrolável, rico, poético, maluco, romântico, caótico e aventureiro”
O amor anarquista é essencialmente isso: liberdade para agir e querer.
Na segunda parte, Roberto Freire conta suas situações vexatórias, inclusive um fato curiosíssimo em que, em uma apresentação de Marília Pêra num teatro, ele, grande admirador da atriz, gritou a plenos pulmões, da platéia: "Marília, eu te amo!". {Não vou contar aqui os inúmeros outros casos, porque perderia a graça!}
Enfim, esse livro é um prato cheio para quem está naquela fase de revolta e contestação, pois nos induz a rever nossos conceitos e as regras sociais que seguimos.
Confesso que, inicialmente, fiquei bastante empolgada com essa ídéia do amor anarquista, mas, com o tempo, fui vendo que, pelo menos para a minha pessoa, ela é bastante utópica. Sou uma garota ciumenta e que preza pela fidelidade em qualquer tipo de relação. Isso são valores burgueses??? Talvez sim. Mas, para mim, a fidelidade  é uma prova de caráter e respeito em relação ao outro( aliás, Roberto Freire diz ter receio dessas pessoas ditas com caráter, sempre honestas, que nunca mudam...E que esse sentimento de respeito e de culpa- evitando-se o sofrimento alheio- também é algo imposto pelo sistema burguês). Acredito ser impossível viver dessa forma anárquica, porque, primeiramente, causaria grande sofrimento para quem perde um amor e, então, quem ,conscientemente, continua numa vida que só traz sofrimento? Além disso, no meu modo de pensar, se você ama alguém e está com esse alguém, você não tem necessidade de buscar qualquer coisa que seja em outra pessoa.{e isso eu sei que muitos homens não seguem!}
Quem pensou como eu, agora poderia estar se perguntando se, nos mundos de hoje, aqueles que traem seus parceiros podem ser chamados de anarquistas. Graças a Deus, nem Roberto Freire concordaria com isso, pois, para haver anarquismo, é preciso o consentimento das duas partes( mais uma vez, repito: quem vai consentir que seu parceiro traia?). No meu ponto de vista, quem trai seu parceiro é OUTRA coisa...
Apesar de todas essas minhas críticas, o livro deixou em mim uma mensagem muito importante e que está escrita em seu próprio título: "AME E DÊ VEXAME!". Se você acredita que ama alguém, diga, grite ao mundo inteiro,faça espetáculos, faça loucuras, dê vexame! Dar vexames, no começo, pode parecer passar vergonha, mas depois, mesmo que você seja chamado de louco(a), você será visto(a) como corajoso(a). Ah, não se esqueça também de que as concepções mudam de pessoa para pessoa e, se alguém te chamar de louco(a), diga "Depende do seu ponto de vista..."


 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Conhece-te a ti mesmo!

Após uma tentativa frustrada de iniciar um blog, deparo-me novamente com essa maravilhosa sensação de poder gritar ao mundo uma boa parte das minhas idéias. Devo confessar que recebi um estímulo inconsciente por parte de alguns amigos( leia-se Thalison e João Gabriel) para estar aqui. Agora, me pergunto incessantemente o que devo postar e é quase impossível não me remeter àquele que foi meu grande inspirador e àquele que é meu eterno companheiro de todas as horas. Falo do grande cantor e compositor Oswaldo Montenegro, em seu poema "Metade". Alguns já devem conhecê-lo, mas, aos que não ainda não tiveram o grande prazer, faço-lhes o favor de apresentar!

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca,
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza.
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço.
E que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também. 

Me identifico com este poema e acredito que com muitos isso também acontece. Ele me dá forças, me dá esperança, me dá alegria, me faz lembrar que a beleza das coisas está na simplicidade. Ele me faz ver que muitas vezes  podemos parecer contraditórios, mas que, na realidade, não o somos. Somos seres imensamente complexos, mas a questão é que muitas vezes nem nós mesmos  nos conhecemos profundamente.E a vida é isso, um constante descobrir-se!